Você sabe o que é KVM? O Kernel Virtual Machine, ou máquina virtual baseada em Kernel, nada mais é do que uma solução tecnológica de código aberto que se baseia no Linux. Com essa solução você pode transformar o sistema operacional em um hipervisor, possibilitando a execução de vários ambientes virtuais isolados em um único host, que podem ser chamados de máquinas virtuais ou máquinas guest.
Para quem tem o Linux 2.6.20 ou versões mais atualizadas, o KVM vem incluso por padrão. Lançada em 2006, a KVM logo foi inserida na versão Kernel do Linux, no ano seguinte, o que faz com que ela compartilhe de todas as atualizações desse sistema operacional, incluindo suas correções, recursos e avanços, tudo isso sem uma engenharia adicional.
Quer conhecer mais sobre essa tecnologia, seu funcionamento e diferenças em relação ao OpenVZ. Então, este post foi feito para você. Confira!
Como a KVM funciona?
Basicamente, o que o KVM faz é converter o LINUX em um hipervisor tipo-1, bare-metal. Para que possa executar as máquinas virtuais, os hipervisores precisam de determinados componentes a nível de sistema operacional, como o agendador de processos, gerenciador de memória, drivers de dispositivos, stack de entrada e saída, stack de rede, gerenciador de segurança, entre outros.
O que faz o KVM ter todos esses componentes é o fato de fazer parte do Kernel do Linux. As máquinas virtuais, para serem implementadas, precisam passar por um processo regular do Linux, que tem a programação realizada pelo agendador padrão do sistema operacional. Ele conta com hardware virtual dedicado, como adaptador de placa, placa de rede, memória, CPUs e discos.
Como implementar a KVM?
Como vimos, para que a implementação do KVM seja realizada, é necessário a execução de uma versão do Linux lançada depois de 2007. Além disso, é importante que ela seja instalada em hardware X86, que traga suporte aos recursos de virtualização.
Atendendo a esses dois critérios, para a implementação você só terá que carregar os dois módulos existentes — um de kernel e o específico do processador — além do emulador e dos drives que possibilitaram a execução dos sistemas adicionais.
Quais são as diferenças entre a virtualização OpenVZ e KVM?
Agora que já entendemos o que é KVM, seu funcionamento e implementação, vamos entender as diferenças entre esse modelo de virtualização e o modelo OpenVZ, para que você possa fazer a melhor escolha. Confira!
O que é Virtualização?
Antes de partir diretamente para a comparação entre OpenVZ e KVM, vamos entender de forma objetiva a definição de virtualização. Basicamente, podemos definir a virtualização como uma maneira de particionar os recursos computacionais de um servidor em múltiplas máquinas virtuais.
O que é Virtualização em OpenVZ?
O OpenVZ (Open Virtuozzo) nada mais é do que uma tecnologia de virtualização de nível de sistema operacional, que, assim como a KVM, também é baseada no kernel e no Linux. Com a sua utilização é possível, com apenas um único servidor físico, executar múltiplas instâncias de sistema operacional, também chamadas de containers, ambientes virtuais ou VPS — servidores virtuais privados.
Como é feita essa virtualização?
O OpenVZ possibilita a criação de múltiplas máquinas, divididas em containers, no qual o gestor do servidor virtualizado poderá armazenar recursos — como espaço em disco e memória RAM — acima dos limites da máquina física.
Um fator importante a ser ressaltado, é que o kernel do servidor físico seria o mesmo para as múltiplas máquinas criadas nele e todos os recursos presentes nessas máquinas seriam divididos entre elas.
Por exemplo, se um usuário em uma VPS resolvesse fazer a descompactação de um arquivo muito grande, exigindo uma quantidade grande de recursos para essa descompactação, as demais máquinas que estão no mesmo servidor perderiam desempenho e teriam suas operações prejudicadas. Aliás, essa é uma desvantagem marcante na utilização do OpenVZ.
Como funciona a virtualização com KVM, em relação ao OpenVZ?
O grande diferencial da virtualização com KVM, em relação ao OpenVZ, é a possibilidade da criação múltiplas máquinas VPS em ambientes completamente isolados. Isso significa que cada máquina tem o seu próprio kernel, podendo trabalhar com múltiplos sistemas operacionais isolados dentro de um mesmo servidor dedicado.
O grande benefício disso tudo é o fato de uma máquina não interferir no desempenho da outra, ou seja, no nosso exemplo da descompactação, mesmo exigindo muito recurso, não afetaria o desempenho das demais.
Além do desempenho, o isolamento de máquinas entrega muito mais segurança para os dados e processos individuais, facilitando a gestão e correção de eventuais problemas. Se você busca ambientes isolados, seguros e com menos riscos de interferência, a KVM é a escolha mais adequada.
Por que a KVM ganhou espaço com a pandemia?
Muitas empresas, para ajustarem o orçamento após a crise causada pela pandemia, optaram por utilizar soluções tecnológicas de código aberto em suas operações de TI e o KVM está entre as tecnologias mais adotadas no período.
Esse crescimento na utilização se dá, primeiramente, pela ausência de custos e pelas referências de organizações públicas e privadas que adotaram a solução em larga escala, com sucesso.
O que essas empresas têm feito é reduzir custos, sem perder qualidade, na hora de criar seus pools de virtualização e cloud privada, com o investimento em mão de obra especializada em tecnologias abertas em Linux.
Com cada vez mais empresas criando seus produtos utilizando a base do Linux, a comunidade que fomenta a evolução desse sistema operacional, tende a crescer, não só em número, mas também em criatividade.
Tudo isso contribui para o fomento de novas tecnologias e formas criativas de trabalho. O resultado é a popularização de sistemas robustos, democratizando o acesso e permitindo que empresas de todos os portes e setores possam migrar de vez rumo à transformação digital.
Esperamos que, após a leitura deste post, você tenha entendido o que é KVM e como esse modelo de virtualização ampliou consideravelmente a capacidade dos usuários de criarem múltiplas máquinas virtuais no Linux, de forma rápida e segura.
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