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Saiba tudo sobre governança de dados

Com a transformação digital e as empresas cada vez mais dependentes de seus ativos de TI, é importante que as organizações criem um planejamento para lidar com o tratamento de dados, para que eles deem suporte aos resultados de negócios. A governança de dados precisa levar em consideração não apenas a segurança e a conformidade, mas garantir que seja extraído o máximo de valor dos dados que forem coletados e armazenados pela empresa, com enfoque na melhoria do desempenho dos negócios.

Um ponto importante a ser ressaltado é que as tendência tecnológicas, como a inteligência artificial e o machine learning, dependem da qualidade de dados, assim como a cultura data driven, que pode mudar a forma de gerenciamento da empresa, com os gestores deixando de tomar decisões com base em percepções e priorizando os insights resultantes de análise de dados.

Para que você entenda a importância da governança de dados, neste post, apresentamos um guia completo sobre o assunto. Confira!

O que é governança de dados?

Podemos definir a governança de dados como uma coleção de práticas estratégicas usadas para organizar e gerenciar dados, garantindo a qualidade e acessibilidade em todo o ciclo de vida dessas informações.

Quando a empresa implementa o processo e governança de dados, passa a ter como foco a integração e disponibilidade, para melhorar a colaboração e facilitar as análises conjuntas. Além disso, a partir desse processo, se bem implementado, a empresa pode criar as regras de conformidade para a proteção de dados de acordo com as suas demandas.

Ao contrário do que se pode pensar, a governança de dados não é um projeto. É uma estratégia abrangente de como as organizações trabalham e enxergam a importância dos dados de forma contínua. Para que você entenda a importância da governança de dados, vamos separar os seus principais pilares, em:

  • Organização — identificação das fontes e integração dos dados em um banco de dados unificado;
  • Segurança — certificação de que todos os seus dados estão em conformidade com os regulamentos de privacidade de dados e políticas internas da empresa;
  • Gerenciamento e disponibilização dos dados — depois de definir as fontes e o ambiente e integração dos dados de sua organização, é hora de definir como disponibiliza esses dados à sua equipe;
  • Adoção de métodos e tecnologias — como plataformas modernas de governança de dados.

Em suma, podemos dizer que a governança de dados tem como foco a otimização da qualidade e confiabilidade dos dados, além da facilitação do acesso de acordo com as diretrizes. Pode ser dividida em dois objetivos principais: acesso e qualidade.

O acesso inclui todos os dados da empresa, com o objetivo de que sejam facilmente detectáveis ​​e protegidos para conformidade. Como todos têm acesso aos dados, eles precisam entendê-los, portanto, a qualificação em relação a conformidade dos dados deve ser uma prioridade.

Já a qualidade pode ser monitorada via sistema e com a colaboração dos usuários, que poderão relatar os problemas, tornando as informações e insights mais confiáveis e todo o seu ciclo de vida.

Porque a governança de dados está se tornando uma tendência?

A primeira resposta para essa pergunta é simples: a governança de dados está, tardiamente, se tornando uma tendência por causa do crescimento da produção de dados nas empresas. Mas, qual é a consequência prática de não ter uma governança de dados nesse momento? O caos dos dados!

Com a produção de dados vindo das mais diferentes fontes, boa parte delas de forma automática — como os dados de sensores, sistemas automatizados e inteligência artificial — uma não estruturação pode levar a empresa a momentos de dificuldade.

Pode acontecer, por exemplo, a incoerência de dados, com os sistemas apresentando valores diferentes para uma mesma informação. O resultado disso é que cada analista acaba preenchendo os dados de forma diferente em seus sistemas, tornando os processos imprecisos. O resultado é a divergência e a falta de credibilidade na informação.

Há empresas, por exemplo, que cada setor tem uma visão diferente em relação ao faturamento. Por mais que os números sejam parecidos, no longo prazo, eles poderão gerar gráficos e relatórios com curvas distintas. Isso acontece, porque não há uma linha a seguir, uma governança, com profissionais dedicados a assegurar a integridade, segurança e disponibilidade desses dados.

Não negligencie a governança de dados

Mesmo com tudo o que falamos acima, é comum que boa parte das empresas negligencie a governança de dados. Mas porque isso acontece? Por que é um processo considerado, por muitos, como meramente burocrático. Não tem o hype e a expectativa de resultados como outras tendências do TI, como inteligência artificial, internet das coisas, ciência de dados, machine learning, etc.

Mas o resultado é que, a falta de diretrizes sólidas relativas aos dados, acaba levando a processos mal documentados — quando são documentados — que acaba gerando uma alta dependência humana.

É comum, por exemplo, que, em empresas menores, alguns profissionais tenham dificuldade de tirar férias, pois não há outros capazes de executar os mesmos processos. Outro fator comum em empresas que negligenciam a governança de dados, é o profissional precisar de uma informação e não ter o acesso em tempo real, porque o profissional que disponibilizaria não estava no local.

Uma empresa sem governança de dados é como uma rodovia sem sinalização. Não há regras, não há controle, não há indicações. O resultado são acidentes, gente se perdendo e risco de segurança pessoal e de patrimônio.

O que leva as empresas a investirem em governança de dados?

O que torna a governança de dados um processo de alta prioridade dentro das empresas, quais são esses fatores? Veja abaixo quais são os principais fatores motivadores que fazem a empresa acelerar o investimento em governança de dados.

Perdas devido à ineficiência operacional

A ineficiência operacional pode trazer sérios problemas para as empresas, com impactos negativos em seu balanço. A boa governança de dados vem para reorganizar os processos e evitar, em plena transformação digital, a perda de dinheiro, de qualidade, de tempo entre outros desperdícios.

Crescimento da cultura data-driven

Com o volume de dados produzidos dentro e fora das empresas, a cultura data-driven se torna uma tendência, pois os gestores enxergam nesse ativo uma oportunidade para irem além do óbvio. É cada vez mais comum que empresas gigantes, como Amazon e Netflix, baseiam todas as suas operações em análise de dados e esse modelo de gestão já é acessível a empresas de todos os portes e segmentos.

Necessidade de conformidade com os regulamentos de dados

Com a velocidade cada vez maior com que os dados estão sendo criados e com o volume que essa velocidade promove, a responsabilidade das empresas se torna muito maior. Ao lidar com dados pessoais de clientes, essa responsabilidade é redobrada, pois a empresa está lidando com legislações cada vez mais severas que buscam a proteção de pessoas físicas, como a LGPD — Lei geral de Proteção de Dados.

Quando há uma fusão ou aquisição

A necessidade de mesclar os dados de duas ou mais empresas pode se tornar uma tarefa desafiadora. Isso porque, é preciso definir a origem dos dados, a forma como eles serão categorizados, os aplicativos que serão utilizados e o como será feito o controle de qualidade — para evitar duplicações e inconsistências.

Quando a empresa migra para a transformação digital

Pois mais que seja natural, o processo de migrar do modelo tradicional para o digital pode ser um desafio para empresas que têm anos de estrada. A criação de uma governança de dados vem para fornecer às empresas um caminho a seguir, para que elas possam utilizar os dados para desenvolver as suas estratégias digitais, com qualidade, acessibilidade e relevância.

Quais são os benefícios da governança de dados para as empresas?

Agora que já entendemos o conceito de governança de dados e o porquê das empresas estarem buscando cada vez mais esse modelo de gestão, vamos entender quais são os benefícios práticos que ela traz para as corporações. Acompanhe!

Redução da dependência humana

Como falamos em um dos tópicos anteriores, algumas empresas se tornam dependentes de um funcionários, a ponto dele não conseguir tirar férias ou folgas longas. Essa situação acaba refletindo na não democratização dos dados corporativos, pois a informação fica na cabeça de apenas um funcionário.

Ter esse tipo de organização é criar uma burocracia a mais para que os funcionários cheguem a uma informação. Além disso, pode atrasar a produtividade, pois os colaboradores terão que fazer reuniões e encontros de alinhamentos para tratar pontos que acabam não sendo tão bem documentados e que, com uma boa governança, poderiam ser disponibilizados de forma simples.

A partir do momento em que a empresa investe na catalogação de dados ou no mapeamento de seus processos, passa a entregar uma maior liberdade para que os colaboradores e clientes possam acessar os dados necessários, de forma autônoma, sem a interferência de outras pessoas. O resultado é a democratização da informação dentro da empresa.

Propicia a criação de uma fonte única de referência

Com a transformação digital, o trabalho de engenheiros e cientistas de dados aumenta exponencialmente. Com a criação de uma governança de dados, o trabalho de semanas para recuperar dados pode ser feito em minutos.

Isso porque, os dados são armazenados em fontes distintas, seja em diferentes tipos de bancos de dados ou isolados em departamentos específicos. Na governança de dados, os dados organizados podem ser pesquisados ​​em uma única fonte, por meio de uma ferramenta, como um catálogo de dados.

Otimização dos forma de acesso

A partir da criação de uma governança e dados, a concessão de acesso aos dados passa a estar nas mãos dos proprietários e administradores dos dados, e não da equipe de TI (que está muito ocupada), o que elimina uma camada de burocracia. O que demoraria semanas antes poderá ser resolvido em bem menos tempo. O processo será realizado de acordo com todos os regulamentos e políticas de dados sobre dados confidenciais.

Acesso a dados mais confiáveis

Com a implementação de uma governança de dados, os usuários podem usar análises com a certeza de que os dados são confiáveis. A confiança vem da transparência e de processos definidos, que foram testados e padronizados, o que facilita o controle.

Análise mais rápida com maior precisão

Com uma melhor organização e estruturação, os dados necessários para análises podem ser encontrados e usados ​​mais rapidamente. A precisão aumenta porque todos os dados relevantes são catalogados e pesquisáveis ​​por meio de classificação e marcação.

Redução de custos

A boa governança de dados pode ajudar na redução de custos em várias frentes, a começar pela redução de gastos com armazenamento. Quando há um controle de qualidade, há uma redução na duplicação e no armazenamento de dados que não contribuem para o core business. O resultado é que a empresa passa a gastar menos com espaço, seja ele em um ambiente em nuvem, servidor remoto ou interno.

Além disso, há a redução de custos com retrabalhos, que podem ser gerados pela produção baseada em dados inconsistentes, irreais ou inexistentes. A empresa passa a produzir mais, com a mesma equipe, ou com uma mais enxuta, e entrega produtos melhores e mais aceitos pelo mercado. Ao somar a redução de custos com os ganhos, o saldo será extremamente positivo.

Maior confiança de clientes e fornecedores

Uma governança de dados estruturada pode ser utilizada como argumento na hora de negociar com clientes e fornecedores. Isso porque, a partir do momento em que a empresa comprove que consegue cumprir as conformidades, de forma auditável, com boas políticas de ações internas e externas, poderá garantir a esses parceiros que protegerá as suas informações confidenciais, deixando-os mais seguros na hora de fazer negócios com você

Como implementar a governança de dados?

Vamos entender, de maneira conceitual, como a sua empresa pode implementar uma boa governança de dados, por meio de pilares que podem ser aplicados a empresas de todos os portes e segmentos. Confira!

Defina os requisitos de conformidade

A primeira coisa que você deverá ter em mente, no processo de implementação de governança de dados, é que ela faz parte de uma engrenagem bem maior, linkada com outros pontos importantes, como a governança corporativa. Por isso, a criação dessa governança deverá levar em conta todas as regras internas e externas, desde políticas empresariais até as legislações oficiais, como é o caso da LGPD.

É importante sempre levar em conta todas as premissas ou requisitos que sejam prioritários, interagindo com fatores externos. Sem fazer esse tipo de consideração, o seu plano de governança corre o risco de não entregar o que precisa e deixar de fazer até o essencial.

Outro ponto importante que deve ser analisado de início, é como os líderes da empresa receberão as iniciativas de governança de TI. Se eles não entenderem a importância desse tema, pode ser que o setor tenha alguma dificuldade de conseguir os incentivos necessários para implementação — orçamento — por isso, é importante clareza e conhecimento na hora de apresentar o projeto.

Analise os dados críticos de negócio

Um erro que muitos gestores cometem é o de achar que um projeto de governança deve começar com a totalidade de dados que a empresa tem acesso. A verdade é que a empresa deverá priorizar, no começo, os dados que forem mais valiosos e mais críticos ao negócio. Aqueles que, perdidos, roubados ou alterados, poderão trazer prejuízos por estarem diretamente ligados aos processos chave.

Por isso, é importante que seja feito um planejamento, que traga perguntas relevantes, que ajudem a definir quais são os processos mais importantes para os negócios. Em seguida, é hora de definir quais dados estão relacionados a esses processos.

Depois disso, é hora de definir as regras relacionadas a essas informações, com diretrizes que definem as regras que eles serão submetidos antes de serem compartilhados, a segurança, os níveis e a permissão de acesso, a quantidade e estado dessas informações etc.

Catalogue os dados

Outro processo de suma importância para a boa implementação da governança de dados é a catalogação dos dados. É por meio desse processo que os cientistas de dados e analistas de negócios terão a base para identificar os dados que necessitam para os seus processos. Além disso, a catalogação permite uma melhor organização de dados que estão em diferentes repositórios, evitando que a empresa crie um pântano de dados.

Vamos a um exemplo conceitual

Vamos supor que um gerente de uma empresa de varejo necessita de verificar os dados relativos às vendas do mês, para fazer uma série de análises cruciais para o negócio. Ele vai até o sistema onde está o catálogo de dados e digita a palavra ‘’vendas”, como faríamos no Google. O catálogo mostra que há 6 tabelas que têm relação com a palavra em questão.

O gestor visualiza cada um dos campos dessas tabelas — as datas, tipos, a origem e formatos — e identifica a tabela que necessita para fazer as suas análises. A partir disso ele identifica uma tendência de comportamento do público que ele dificilmente enxergaria sem esse tipo de análise. Com isso, a empresa passa a vender mais e melhor.

Esse é o caminho fluido, que torna o processo orgânico, facilitando o compartilhamento de dados dentro de uma empresa. Esse exemplo é para que você entenda a importância da catalogação de dados, que facilita uma série de análises cruciais para a gestão.

Defina os parâmetros de qualidade de Dados

Uma das principais funções dos dados dentro de uma empresa é o de balizar as tomadas de decisão. Isso significa que, garantir a qualidade desses dados deve ser uma prioridade para a governança. Dados ruins, incoerentes, duplicados ou violados, certamente levarão a empresa a tomar decisões piores, pois os insights serão incoerentes.

Mas a grande questão para analisarmos é: o que seria um dado de qualidade? Não há apenas um fator que define a qualidade dos dados, pois ela pode estar ligada a precisão, disponibilidade, validade, consistência, padronização, completude entre outros. Cabe aos gestores definir quais serão os parâmetros de qualidade que analisaram, de acordo com as demandas da empresa.

O que a governança deve fazer, nesse sentido, é definir qual é o padrão de qualidade desejado e depois avaliar quais dados respondem a esse padrão — além de definir o quão distante os dados estão do nível de qualidade ideal. Para isso, é importante selecionar métricas e indicadores que permitirão um controle de qualidade desses dados.

Crie mecanismos para garantir a segurança e a privacidade

Há alguns anos, com o volume menor de dados, era possível apenas autenticar, autorizar e monitorar os acessos para garantir a segurança e privacidade de dados. Atualmente, com a transformação digital, as empresas mais dependentes de ativos de TI e as pessoas conectadas 24 horas por dia em seus smartphones, a situação não é mais tão simples.

A criação da LGPD e demais leis de proteção de dados vêm justamente para reforçar essa necessidade, que vêm com os potenciais riscos de trabalho com dados em abundância. Com os dados se tornando um ativo extremamente valioso e as pessoas compartilhando — de forma meio desordenada — seus dados pessoais diretamente com as corporações, a garantia de proteção contra vulnerabilidade é essencial.

O bom tratamento dos dados pessoais, sem o uso de catalogação, é impensável nos dias atuais. Isso porque, além de restrição de acesso e maior controle, esses dados precisam ser, de certa forma, anonimizados. Nesse cenário, com a ampliação do fluxo e de integrações, o uso de criptografia se torna primordial, pois o controle tradicional, no nível de banco de dados ou tabelas, está defasado.

Para dar conta de tudo isso, é primordial que a governança de dados conte com um time de especialistas das áreas de privacidade, segurança, tecnologia e legislação — sim, esse profissional é essencial para assessorar a empresa em relação às leis de privacidade de dados.

Esperamos que, após a leitura deste post, você tenha uma visão mais abrangente sobre a governança de dados e suas nuances. Uma boa alternativa para acelerar esse processo em sua empresa é com a contratação de uma consultoria especializada. Além disso, é sempre importante contar com repositórios de dados seguros, que estejam em ambiente isolados, como os servidores dedicados — que são exclusivos e personalizáveis. A segurança dos dados começa na base.

Gosto do post? Como é realizado o processo de governança de dados em sua empresa? Diga para a gente nos comentários.